“A eliminação da RAIVA EM CÃES é o método de controlo ÓPTIMO para prevenir a disseminação da doença"
A vacinação de cães e o controlo das populações de cães errantes são MAIS EFICIENTES E EFICAZES EM TERMOS DE CUSTO do que o TRATAMENTO PÓS-MORDEDURA em humanos.
Paris, 13 de Março de 2009
A prevenção na fonte animal é a CHAVE para lidar com uma zoonose prevalente e perene, como é o caso da raiva. O controlo, a montante, de infecção por raiva nos cães, incluindo o controlo das populações caninas vadias ou errantes, deveria posicionar-se prioritariamente na agenda das autoridades de saúde e das autoridades veterinárias, para uma prevenção eficiente das mortalidades humana e animal.
“O custo do tratamento pós-mordedura é cerca de 20 a 100 vezes maior do que a vacinação de um cão”, explica o Dr. Bernard Vallat, Director Geral da OIE – Organização para a Saúde Animal.
“Presentemente, APENAS COM 10% dos recursos financeiros que são usados mundialmente para tratar pessoas após uma mordedura de cão, os Serviços Veterinários seriam capazes de erradicar a RAIVA em animais e, logo, evitar praticamente todos os casos em humanos.”, acrescentou.
A VACINAÇÃO DOS ANIMAIS permanece o método eleito para controlar e erradicar a RAIVA. Por razões éticas, ecológicas e económicas, a OIE desaconselha a tentativa de método de controlo e erradicação da raiva, apenas através da eliminação dos animais potencialmente infectados. Tem sido repetidamente demonstrado que todas as campanhas com sucesso de erradicação de raiva incluem programas de controlo de populações de cães errantes bem como a vacinação sistemática de cães com dono/detentor.
Os Serviços Veterinários Nacionais são um tampão entre a fonte da doença e as infecções em humanos
É responsabilidade primária dos veterinários aplicar o seu conhecimento e aptidões no controlo de doenças animais e quebrar o elo entre as fontes animais da doença e a infecção a humanos susceptíveis.
“A boa governação dos serviços veterinários, melhor capacidade de diagnóstico laboratorial e campanhas de vacinação bem estruturadas em animais domésticos e silvestres são as acções-chave a ter em conta. Consciencializar as populações sobre a raiva e a necessidade de colaboração com outras profissões envolvidas, nomeadamente o sector da saúde pública, também deveria ser enfatizado.
Raiva canina e raiva na fauna silvestre: diferentes problemas em diferentes partes do mundo
Mundialmente, a causa mais comum de raiva em humanos é, de longe, a mordedura de cães, mas os reservatórios animais da doença diferem de uma região do mundo para as outras.
Em países ainda em desenvolvimento, o cão e o principal reservatório de raiva. Hoje em dia, a Ásia (este) e África são as regiões do mundo mais afectadas pela raiva canina e onde os respectivos países têm as mais altas taxas de infecção e de mortes humanas, devido à raiva.
No hemisfério norte, onde a raiva em cães está quase eliminada, a raiva em fauna silvestre é o principal problema. Nos países da Europa de leste, a raposa vermelha é o principal reservatório da doença e a raiva em raposas representa a maioria dos casos.
A raiva é uma doença zoonótica negligenciada e severamente sub-notificada em países em desenvolvimento, matando anualmente um numero estimado entre 50 000 e 60 000 pessoas, maioritariamente crianças com terrível sofrimento e um número muito maior de animais.
A OIE apoia fortemente o “Dia Mundial da Raiva”, comemorado no dia 28 de Setembro.
MARÇO 2009